Lisboa, 05 Mai (Inforpress) – O secretário-geral da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) defende uma maior divulgação da língua portuguesa, tendo em conta a sua “grandeza e expressão” no mundo, reconhecendo, entretanto, que tem havido um trabalho positivo neste sentido.
A ideia foi defendida por Vítor Ramalho, em declarações à Inforpress, em Lisboa, no âmbito do Dia Mundial da Língua Portuguesa, assinalado hoje, considerando que o português é uma forma de afirmação identitária, assim como é uma língua de interesse, particularmente, económico, já que tem mais 265 milhões de falantes e a primeira língua no Atlântico Sul.
“Em função da grandeza da língua que é das mais utilizadas no mundo e com maior expressão, podia ser feito mais para a sua divulgação, mas também é preciso jogar com os meios disponíveis”, defendeu, frisando que nos últimos anos, por efeito da pandemia e agora da guerra, a situação dos países em geral, não deixou de ser afectado, “agravando as próprias desigualdades e os meios que os Estados dispõem para as despesas públicas”.
Para o secretário-geral da UCCLA, o português é uma língua que tem tido um crescimento “muitíssimo grande”, devendo sobretudo à diáspora dos países lusófonos, exemplificando que metade da população portuguesa vive no estrangeiro, ou seja, mais de 5 milhões de pessoas, incluindo os descendentes, e Cabo Verde que tem o dobro da população no estrangeiro.
“Não estamos confinadas, enquanto língua, aos países de onde somos naturais”, considerou Vítor Ramalho lembrou que “não é por acaso” que a China, um país emergente à escala planetária, considera Macau, que é a Região Administrativa Especial, a plataforma para o relacionamento com os povos de língua oficial portuguesa.
Segundo o responsável máximo da UCCLA, é preciso ter presente que a língua portuguesa que cresceu muito depois da independência dos dos países de língua oficial portuguesa, “por ser um factor de união de unidade dos próprios países”, é já reconhecida e utilizada como língua de trabalho por 32 organizações internacionais.
Para Vítor Ramalho, o facto de se ter criado, em São Luís de Maranhão (Brasil), o Instituto Internacional da Língua Portuguesa, agora com sede na Cidade da Praia e dirigido por um guineense, antes da criação da CPLP, mostra a preocupação que todos os países de língua portuguesa tiveram.
A UCCLA, neste momento, coordena a Comissão da Defesa da Língua na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
A data de 05 de Maio foi oficialmente estabelecida em 2009 pela CPLP, como sendo Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP.
Em Novembro de 2019, na 40.ª Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), foi proclamado o 05 de Maio como Dia Mundial da Língua Portuguesa, na sequência da proposta de todos os países lusófonos, apoiada por mais 24 Estados, incluindo países como a Argentina, Chile, Geórgia, Luxemburgo ou Uruguai.
Este dia celebra a projecção da quarta língua mais falada no mundo. Com mais de 265 milhões de falantes, é língua oficial de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
É também um dos idiomas oficiais de Macau. Existem importantes comunidades falantes do português na América do Norte. As Nações Unidas estimam que, em 2050, 387 milhões de pessoas falem português.