Coculi, 23 dez (inforpress) — O ministro da Cultura e das Indústrias Criativas considerou que Corsino Tolentino, antigo diplomata, académico e ministro da Educação, foi uma figura “única” e com um “percurso extraordinário”, tendo estado sempre à “procura do conhecimento”.
“Corsino Tolentino contribuiu para a afirmação de Cabo Verde como um polo do conhecimento, não só na lusofonia, mas também no mundo. Creio que o seu contributo vai muito além da sua figura como governante”, observou Abrão Vicente, que falava à impressa, em nome do Governo, após a cerimónia fúnebre de homenagem a Corsino Tolentino, falecido na terça-feira, na Praia, os 75 anos, vítima de doença prolongada
De acordo com o governante, o antigo ministro da Educação “ajudou” na credibilização do sistema de governação de Cabo Verde através do seu desempenho como governante.
Segundo Abraão Vicente, Corsino Tolentino “nunca” se “reformou” da sua participação cívica, indicando que Cabo Verde, como País “maduro”, deve saber reconhecer o contributo dado pelo também antigo embaixador de Cabo verde em Portugal, nas várias fases do desenvolvimento do arquipélago.
Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande (CMRG), Orlando Delgado, destacou a figura de Corsino Tolentino como “um grande filho” do concelho.
“É para Ribeira Grande um orgulho ter tido de facto um homem como Corsino Tolentino, que deu muito de si para que pudéssemos estar onde estamos hoje” sublinhou.
Conforme o edil ribeira-grandense, a figura de Corsino Tolentino servirá também para “inspirar” os mais jovens a verem que tudo é “possível”, mesmo partindo do “cume” das montanhas de Santo Antão.
O antigo ministro da Educação morreu terça-feira, 21, na Cidade da Praia, vítima de doença prolongada.
André Corsino Tolentino, 75 anos, era natural de Santo Antão, doutor pela Universidade de Lisboa, mestre pela Universidade de Minnesota, embaixador jubilado, professor universitário, sócio correspondente da Academia de Ciências de Lisboa e com várias obras publicadas.
Desempenhou as funções de ministro da Educação, secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e embaixador de Cabo Verde em vários países, nomeadamente em Portugal.
Foi consultor do Banco Mundial e promotor da Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP) e do Instituto da África Ocidental (IAO).
Foi em 2016 que Corsino Tolentino, combatente da Liberdade da Pátria, diplomata, intelectual e figura de proa em Cabo Verde, foi diagnosticado primeiro com a doença de Parkinson. Afinal, diagnósticos posteriores viriam a revelar que se tratava, especificamente, de Paralisia Supranuclear Progressiva (PSP).
O seu último livro intitulado “A vitória é hoje. A minha relação com a Paralisia Supranuclear Progressiva” foi lançado no dia 26 de Novembro, na Cidade da Praia, onde viveu durante muitos anos, em que relata a sua vivência diária com a doença.
