Cidade da Praia, 21 Ago (Inforpress) – O presidente do conselho de administração da Empresa Nacional de Produtos Farmacêuticos (Emprofac), Gil Évora, foi demitido hoje pelo Governo, que alega “violação dos deveres inerentes ao gestor público e desvio da finalidade das funções”.
Num comunicado de imprensa enviado à Inforpress, o Governo informou que, ao abrigo da Deliberação Unânime nº 27 de 21/08/2020, do accionista único, Estado de Cabo Verde, da Emprofac, SA, foi procedida à demissão, com efeitos imediatos, do cargo de presidente do conselho de administração da Emprofac, SA, Fernando Gil Évora.
Sem avançar mais pormenores, o Governo alega que em causa está a “violação dos deveres inerentes ao gestor público e desvio da finalidade das funções”.
Esta medida, segundo a mesma fonte, enquadra-se ao abrigo das alíneas b) e c) do n.º 1, conjugado com os números 2 e 3, todos do artigo 24. do Estatuto do Gestor Público, aprovado pelo Decreto-Lei nº 6/2010, de 22 de Março.
De referir que o mandato do PCA da Emprofac já tinha terminado e estava prevista uma Assembleia Geral para o dia 28 de Agosto.
Na quinta-feira, 20, a imprensa internacional escreveu que o Governo de Cabo Verde enviou dois emissários a Caracas (Venezuela), Gil Évora e o ex. director-geral do Turismo, Carlos dos Anjos, com a missão de encetar contactos com o Presidente Nicolás Maduro na sequência da detenção de Alex Saab.
No mesmo dia, o Governo desmentiu essas informações e advertiu que qualquer acção, contacto ou ‘démarches’ fora do quadro institucional e de representação oficial são da “exclusiva responsabilidade dos seus autores e não vinculam o Estado de Cabo Verde”.
“O Governo espera que a verdade seja reposta com a mesma urgência e publicidade com que as infundadas alegações foram divulgadas”, finaliza o documento.
Alex Saab Morán foi detido no dia 12 de Junho, na ilha do Sal, e aguarda desde o dia 16 de Julho o final do processo de extradição para os Estados Unidos da América.