Cidade da Praia, 26 Fev (Inforpress) – O advogado Amadeu Oliveira disse hoje, na Cidade da Praia, que entrou em “módulo de resistência” e que doravante está à espera de qualquer decisão da justiça Amadeu Oliveira, acusado de 14 crimes de ofensa e injúria contra os juízes do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) tomou essa decisão depois de se negar a comparecer perante os juízes do STJ no julgamento de Arlindo Teixeira.
“Podem mandar prender-me novamente, a partir de agora declaro-me resistente. Vou resistir, entro em módulo de resistência, podem pôr-me numa cela, sem casa de banho e sem lençol, como fizeram antes”, disse Amadeu Oliveira em declarações à imprensa.
Antes disso, Amadeu Oliveira saiu da sala de julgamento no Palácio da Justiça para defender, no Supremo Tribunal de Justiça Arlindo Teixeira, cujo julgamento estava agendado para às 10:00.
“Quando cheguei, às 08:30, a juíza queria meter-me numa sala pequena e não aceitei porque o julgamento é feito em nome do povo”, justificou Amadeu Oliveira, apontando que saiu da sala porque a juíza – que não estava presente não tomou uma decisão em tempo útil pelo que, conforme fundamentou, se encaminhou para o julgamento de Arlindo Teixeira, no Supremo Tribunal de Justiça.
Acrescentou ainda que o julgamento só tem validade se for audiência pública contraditória, o que segundo ele, pressupõem a presença do povo.
No Supremo Tribunal de Justiça, onde o julgamento de Arlindo Teixeira estava agendado para às 10:00, Amadeu Oliveira foi chamado a entrar sozinho e mais uma vez não aceitou exigindo a presença dos seus advogados e mais cinco cidadãos.
“A Constituição diz que o povo tem direito a assistir a audiência e por isso não aceito ser julgado em segredo e nem permito que Arlindo Teixeira seja julgado em segredo. No mínimo deviam permitir que eu entrasse com os advogados”, sublinhou Amadeu Oliveira, defendendo “que a justiça não é dos juízes e que é feita em nome da representação do povo.”
Amadeu Oliveira é acusado de 14 crimes de ofensa e injúria contra os juízes do Supremo Tribunal de Justiça, Benfeito Mosso Ramos e Fátima Coronel, sendo que a defesa de Amadeu Oliveira e a juíza Ivanilda Varela não se entendem, já que o arguido insiste que a magistrada não tem competência para prosseguir com o seu julgamento.
Esta quarta-feira, 24, em conferência de imprensa, Amadeu Oliveira afirmou que o objectivo do STJ é o de “branquear todas as falhas e fraudes cometidas” durante esse processo de Arlindo Teixeira, já que o mesmo ficou preso durante dois anos e oito meses depois de condenado a 11 de cadeia, e caso venha a ser absolvido agora será o reconhecimento dos erros cometidos.
O emigrante Arlindo Teixeira que veio de França, em Junho de 2015, para passar 45 dias de férias, acabou por ser envolvido num crime e depois condenado a 11 anos de prisão pelo Tribunal da Ribeira Grande, Santo Antão.
OM/HF
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