Cidade da Praia, 07 Dez (Inforpress) – Cabo Verde almeja reduzir as assimetrias regionais e convertê-las no quadro dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2030, e valorizar o potencial de cada ilha para perspectivar o seu potencial de crescimento e desenvolvimento económico para gerar oportunidades.
Esta é a essência da Política Nacional de Coesão Territorial apresentada na tarde desta segunda-feira pelo Governo junto aos parceiros fundamentais de desenvolvimento, em reunião de socialização, depois de ter já discutido com as câmaras municipais os instrumentos para a melhoria das desigualdades.
A ministra da Coesão Territorial, Janine Lélis, revelou que se pretende com esta política trabalhar para diminuir as assimetrias regionais e convertê-las em relação aos ODS, pelo que considerou importante partilhar os ideais desta “caminhada longa” como forma de recolher subsídios para uma política bem gizada.
À imprensa, a também ministra de Estado e da Defesa Nacional afiançou que o Ministério da Coesão Territorial está num processo de socialização/divulgação do principal instrumento da sua política nacional da coesão territorial, por forma a tentar trabalhar o equilíbrio das ilhas.
Isto porque, afiançou, Cabo Verde, ao longo dos anos, teve um desenvolvimento tripolar, focalizado nas ilhas de Santiago, São Vicente e Sal, pelo que os níveis de desigualdade de desenvolvimento aumentaram, tornando-se necessário inverter e corrigir tais assimetrias.
“Trabalhar a coesão é exactamente vir trabalhar uma política que tem instrumento para poder permitir esta correcção, para que a gente possa levar uma equivalência dos serviços e de tudo aquilo que é essencial para todas as localidades para que as pessoas possam sentir que Cabo Verde tem de caminhar ao mesmo passo”, referiu Janine Lélis.
A este propósito, a governante admitiu que o país não vai conseguir replicar as mesmas infraestruturas e oferecer os mesmos serviços implantados nas ilhas desenvolvidas, mas alertou para a preocupação de levar aquilo que é a melhor prestação de saúde, educação e assistência para as famílias.
Com esta política, explicitou, o Governo quer identificar as obras e infraestruturas prioritárias, os municípios que devem merecer um tratamento diferenciado de forma a traduzir tudo isto em termos de medidas de políticas e planificação, visando a convergência virada para os ODS, no pressuposto de trabalhar as questões mais essenciais para o desenvolvimento humano, para as pessoas.
“Temos de ter sempre presente que é uma realidade que se vai materializar ao longo dos anos e cujo resultado vai demorar, mas que há um caminho a seguir e para se conseguir este objectivo. Também temos a definir a nossa política de descentralização administrativa e financeira e a desconcentração e, ao mesmo tempo, trabalhar o desenvolvimento económico das ilhas”, explicou.
Daí considerou “determinante” valorizar o potencial de cada ilha para perspectivar o seu potencial de crescimento e desenvolvimento económico, para que possa gerar oportunidades para pessoas que ali vivem.