Assomada, 09 Jul (Inforpress) – As associações de desenvolvimento comunitário, parceiras do projecto REFLOR-CV na ilha de Santiago, comprometeram-se hoje a continuar a conservar e a restaurar as suas florestas mesmo após ao seu término.
A intenção foi manifestada em declarações à Inforpress pela presidente da Associação Santa Tabanca da Baía de Achada Leite, Olívia Sanches, e pelo presidente da Associação para o Desenvolvimento de Achada Fora e Chão do Monte, Samuel Vaz, momentos antes do encontro que vai reunir durante todo o dia de hoje em Assomada, Santa Catarina, líderes de 15 associações de desenvolvimento comunitário, parceiras do projecto na ilha de Santiago.
Estes dois líderes associativos do município de Santa Catarina destacaram o impacto do projecto “reforço da capacidade de adaptação e resiliência no sector florestal em Cabo Verde”, designado abreviadamente por REFLOR-CV, do Ministério da Agricultura e Ambiente, financiado pela União Europeia e em execução pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) nas suas comunidades.
O principal objectivo é o de aumentar a resiliência e a capacidade de adaptação para enfrentar os riscos adicionais colocados pelas mudanças climáticas na desertificação e degradação da terra em Cabo Verde.
Segundo Olívia Sanches o referido projecto levou emprego e sustentabilidade a muitas famílias carenciadas que estavam há quatro anos desempregadas.
A mesma fonte informou que de 2018 a esta parte, além da colocação de plantas nas florestas que estavam degradas, as beneficiárias do projecto produzem plantas medicinais e ornamentais que tem garantido o sustento dessas mulheres chefes de famílias.
As mesmas ainda fazem plantações de árvores frutíferas, que permitiu que estas mulheres tenham uma parcela de terreno para a prática de agricultura e sustentabilidade financeira.
Na mesma linha, Samuel Vaz disse que este projecto trouxe vantagens para estas duas comunidades rurais de Santa Catarina, lembrando, qie outrora tinham carências de plantas e florestas degradas.
Hoje, acentuou, graças ao projecto REFLOR-CV, já estão a trabalhar no processo da reflorestação.
No entanto, informou que por serem localidades onde se vive da criação de gado, cujos animais estão soltos na via pública, pretendem sensibilizar a população não só das duas comunidades, mas também as vizinhas, Ribeira da Barca, Ribeira em Cima, Achada Ponta e Achada Lém, para que sejam confinados em currais.
Na ocasião, Samuel Vaz assegurou que mesmo após o término do projecto REFLOR-CV previsto para o final deste ano, que com as várias formações que os membros da associação receberam, a comunidade está preparada para dar continuidade a conservação e reflorestação das florestas.
“A ideia é após ao término do projecto criarmos um viveiro comunitário para produção e venda de plantas”, vaticinou o líder comunitário, que disse acreditar que se tal acontecer,tanto as pessoas das duas comunidades e as próprias beneficiárias do projecto, vão passar a ter um rendimento.