Cidade da Praia, 02 de Jun. (Inforpress) – O Governo apresentou segunda-feira o projecto para a criação do primeiro Centro de Inteligência Colectiva em África, prevendo formar, até 2021, 300 jovens na área da programação e criar três mil postos de trabalho em dez anos.
Em conferência de imprensa, na Cidade da Praia, o secretário de Estado da Economia Digital, Pedro Lopes, adiantou que o Governo e a empresa Zona 01 assinaram recentemente um memorando de entendimento para a economia digital e para formação de jovens cabo-verdianos e africanos que falam a língua portuguesa, enquadrado no objectivo do executivo em “atrair talento” para Cabo Verde e desenvolver economia digital.
Para isso, avançou o secretário de Estado da Economia Digital, há a necessidade de formar jovens nesta área, tendo salientado, de igual modo, que “acredita” na valia do acordo, visto que uma das metodologias de ensino da Zona 01 é a usada na Escola 42, “uma das maiores escolas de programação de computadores do mundo”.
O objectivo é também, conforme explicou o responsável, reforçar a formação de jovens cabo-verdianos na área da economia digital e fazer com que as empresas tenham os melhores técnicos na área.
“Isto enquadra também no contexto da constituição da parte tecnológica que será finalizada no final de 2021, e este memorando de entendimento será depois implementado pela equipa da parte tecnológica”, elucidou
O propósito é ter, até o final de 2021, 300 jovens de Cabo Verde e 26 países parceiros africanos formados na programação, que serão seleccionados “meritocraticamente com base nas suas capacidades cognitivas e na sua motivação” e farão parte da primeira turma deste centro de inteligência colectivo.
Pedro Lopes frisou ainda que a pretensão é criar em dez anos três mil postos de trabalho, tendo destacado, por outro lado, a importância da empresa Zona 01 que não só forma, e sim por ser o primeiro Centro de Inteligência Colectiva de toda a África.
Com a implementação do centro, o governante sublinhou que tenciona atrair para Cabo Verde empresas internacionais que tenham espaço no parque tecnológico do País, visando também o reforço no desenvolvimento do arquipélago, através da economia digital.
“Nenhuma experiência anterior em programação de computador ou qualificações académicas serão exigidas jovens”, ressaltou Pedro Lopes, para quem esta parte é “revolucionária”, já que os jovens não precisam de ter nenhuma formação específica, “apenas conhecimento básico de inglês e serem bons no raciocínio lógico “.
Portanto, esclareceu, jovens de qualquer idade podem candidatar-se, adiantando que a formação é gratuita e que os candidatos residentes fora da Ilha de Santiago podem ter residência gratuita, uma vez que aspecto consta do acordo rubricado.
“Queremos que jovens de outros países possam vir a Cabo Verde, porque o nosso objectivo é transformar Cabo Verde num hub digital e um País de prestação de serviço na área digital e para isso temos que ter os melhores, aproveitando o talento que por vezes não é aproveitado na nossa sub-região”, sustentou.
Segundo o mesmo, o projecto tem três fases, a primeira que foi assinatura do memorando de entendimento, a segunda é a implementação e a terceira a conquista de um posto de trabalho por estes jovens, afirmando que brevemente serão abertas as candidaturas.
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