Cidade da Praia, 14 Set (Inforpress) – Os parceiros sociais e o Governo apresentaram h, na reunião do Conselho de Concertação Social (CCS), posições convergentes quanto à necessidade de colocar o país na senda do desenvolvimento e com uma economia mais diversificada e resiliente.
A reunião, que teve na agenda a discussão das oportunidades pós-pandemia e pós-guerra na Ucrânia, bem como os grandes compromissos do Programa Estratégico de Desenvolvimento Sustentável (PEDS II) para o período 2022 -2026, foi oportunidade para o Governo apresentar as grandes linhas orientadoras deste plano que deve estar concluído em Outubro.
“Cabo Verde tem estado a aguentar-se muito bem os efeitos das crises, mas a nossa perspectiva é que temos que colocar foco no desenvolvimento sustentável. Para além de gerir a contingência, as emergências, o foco é na agenda 2030 e no desenvolvimento futuro. E é por isso que o PEDS aparece como um instrumento orientador importante de grandes opções de desenvolvimento”, disse o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.
O chefe do Governo, que falava durante a conferência de imprensa de balanço da reunião, salientou que o PEDS II faz a ponte com PEDS I que terminou em 2021, mas faz em contextos diferentes e muito mais desafiantes.
“Contextos de crises que o mundo e Cabo Verde estão a enfrentar e que ao mesmo tempo apresentam oportunidades que devemos aproveitar e preparar o país para as aproveitar”, disse.
Neste sentido, sublinhou que a convergência quanto aos desafios, opções, reformas e políticas com impacto de médio e longo prazos que têm impactos transformadores na situação económica e social do país, é fundamental.
“Esta é uma das razões primeiras deste encontro, desta reunião do CCS entre os parceiros, sindicatos, patronato e o Governo. Encontrarmos plataformas de convergência é fundamental para que possamos depois implementar as grandes orientações e as principais medidas do plano”, disse.
Os sindicatos e o patronato demonstraram abertura para continuarem a debater os vários aspectos até se encontrar um consenso à volta das grandes opções e propostas apresentadas e debatidas com o Governo.
O presidente do Conselho Superior das Câmaras de Comércio, Jorge Maurício, declarou o alinhamento total, salientando que no processo de desenvolvimento o sector privado é fundamental.
“Nós gostamos de ouvir quando o Governo faz do sector privado um parceiro incondicional para o desenvolvimento económico do país. Portanto, nesta perspectiva estaremos também todos alinhados”, declarou.
Por sua vez, o representante da Confederação Cabo-verdiana dos Sindicatos Livres (CCSL), José Manuel Vaz, sublinhou que também os sindicatos estão abertos a discutir as grandes opções até se chegar ao consenso, deixando, entretanto, algumas preocupações propostas para melhorar a condição dos trabalhadores cabo-verdianos.
O primeiro-ministro aproveitou para anunciar que à semelhança do que fez com os parceiros sociais, vai também discutir o assunto com outros parceiros, nomeadamente as organizações não-governamentais (ONG) as universidades, a diáspora e os parceiros de desenvolvimento.
“Nós pensamos brevemente promover encontros a nível parlamentar e também com os partidos políticos, porque o sistema político é importante na convergência de questões e opções de fundo e de longos prazos com impactos transformadores no país”, afirmou.
O chefe do Governo quer compromissos de longo prazo relativamente às grandes opções do PEDS II e seus impactos e compromissos relativamente às políticas de aumento de resiliência do país.
“Estamos a falar de transição energética, estratégia de água para o consumo humano e para a agricultura, da transformação digital, da acção climática, que tem impacto de longo prazo na redução das vulnerabilidades do país, na criação de oportunidades de investimentos, quer para o sector privado quer para o sector institucional, de forma a colocarmos este país com crescimento mais robusto e sustentável”, sublinhou.