Cidade da Praia, 29 Jan (Inforpress) – A Agência de notação norte-americana Fitch Ratings avaliou Cabo Verde com “Rating B” e Outlook positivo” e espera que o rácio da dívida pública bruta de País continue a cair, segundo informações disponibilizadas pelo Governo.
Em nota enviada à Inforpress, o Governo, que cita a Fitch Ratings, assegurou que “esta é a primeira vez, desde de 2013, quando o rating do país foi rebaixado de B+ para B, que Cabo Verde regista uma melhoria no Outlook, ou seja, nas suas perspectivas de longo prazo da estrutura macroeconómica”.
A agência, segundo a mesma fonte, diz esperar que o rácio da dívida pública bruta de Cabo Verde (GGGD) continue a cair, para menos de 100 por cento (%) do Produto Interno Bruto (PIB) até 2025, a partir da estimativa da Fitch de 122% no final de 2019.
“A redução da dívida no médio prazo será impulsionada pelo forte crescimento nominal do PIB, pela queda dos pagamentos às empresas estatais (SOEs) e pela melhora no saldo fiscal primário”, sublinhou o Governo, citando o relatório da Fitch Ratings.
“De referir que, Cabo Verde está com um crescimento económico acima da média regional, da OCDE, e ao nível mundial, segundo dados GDP – FMI – 5.1 (2018) – 5.0 (2019) – 5.0 (2020). O Produto Interno Bruto aumentou 6,7%, no 3º trimestre de 2019 (INE). A taxa de desemprego diminuiu de 12,2%, em 2018, para 10,7%, no primeiro semestre de 2019, representando uma redução de 1,4 pontos percentuais relativamente ao ano passado”, lê-se na nota.
“A dívida pública diminui pelo segundo ano consecutivo, de 127% do PIB em 2017 para 124% em 2018. O défice fiscal representa 0,4% do PIB, o mesmo valor de há um ano atrás. A receita fiscal aumentou 6,2%, enquanto as despesas totais aumentaram 5,1%. O Orçamento para 2020 está alinhado com o processo de consolidação fiscal”, garantiu a mesma fonte.
A Fitch, ajuntou, refere que o Governo de Cabo Verde vem trabalhando para reduzir seus deficits fiscais e reduzir pagamentos abaixo da linha para empresas estatais.
A agência de notação prevê, conforme ainda o executivo, que o potencial de crescimento de médio prazo para Cabo Verde tenha aumentado para 5,0%, contra sua previsão anterior de 4,7%.
“O crescimento a médio prazo deve ser impulsionado por investimentos de capital e crescimento da produtividade, especialmente com o IDE nos setores de aviação e transporte marítimo. Os investimentos contínuos nos sectores aéreos e transporte marítimo devem melhorar a conectividade no arquipélago, apoiando o potencial de crescimento a médio prazo”, assegurou.
Mas, em sentido contrário, O IDR ‘B’ de Cabo Verde “equilibram altos níveis de endividamento público externo, grandes passivos contingentes de empresas estatais (SOE) e a alta dependência da economia no turismo, contra a forte governança e estabilidade política, bem como termos favoráveis de serviço da dívida externa pública, com financiamento concecional”, explicou a mesma fonte.
Quanto aos riscos financeiros externos, a Fitch classifica-as como “moderados”.
“A dívida externa líquida é relativamente alta, 44% do PIB, em 2019 (mediana B: 28%), mas, os riscos são mitigados por termos concessionais que prolongam o prazo médio para 21 anos e reduzem o serviço da dívida externa para 4,6% dos recebimentos externos. No entanto, a diminuição do acesso ao financiamento concepcional à medida que Cabo Verde se classificar para a renda média nos próximos anos levará a um aumento gradual nos índices de serviço da dívida”, concretizou o executivo.