Cidade da Praia, 11 Fev (Inforpress) – O ministro da Agricultura e Ambiente destacou hoje a importância do acordo de parceria assinado com a FAO, realçando que a implementação dos projectos irá permitir consolidar a nova abordagem na gestão da água para a agricultura.
Gilberto Silva fez estas considerações na sua intervenção durante a cerimónia de assinatura de protocolo com Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), no domínio do desenvolvimento do uso seguro de águas residuais nos sectores agrícola e florestal, realizada na Cidade da Praia.
Segundo o responsável pela pasta da Agricultura e Ambiente, esta parceria representa mais um passo na construção de soluções para o País, na inovação no sector agrário e naquilo que é a mitigação dos efeitos da seca, desertificação e efeitos da pandemia da covid-19.
“São dois projectos importantes para aquilo que é a agenda de resiliência e adaptação às mudanças climáticas em Cabo Verde. São projectos que vão permitir consolidar aquilo que é a nova abordagem na gestão da água para a agricultura e tem a ver com o uso das águas residuais tratadas de forma segura na agricultura”, disse, apontando, de igual modo, a questão da dessalinização da água salobra para o aumento da produção, sobretudo nas zonas mais afectadas pelas mudanças climáticas e pelos fenómenos da desertificação.
Avançou ainda que esses projectos irão beneficiar directamente cerca de 500 famílias, realçando, no entanto, que o País vai tirar proveito desta iniciativa de forma a tornar-se mais resiliente em matéria de gestão de água.
Entretanto, defendeu a necessidade de se aperfeiçoar os sistemas já instalados em Tarrafal de Santiago e no Mindelo, e de aproveitar este projecto para a produção de uma água com qualidade para a agricultura, sobretudo nas zonas costeiras.
Destacou, por outro lado, a “parceria profícua” entre Cabo Verde e a FAO ao longo dos anos, sobretudo, reforçou, num “momento difícil” em que o País enfrenta secas prolongadas com forte impacto no tecido produtivo no campo e os efeitos da pandemia da covid-19.
Por sua vez, a representante da FAO em Cabo Verde, Ana Touza, reconheceu os constrangimentos que Cabo Verde desde sempre enfrentou devido às características climáticas com pouca chuva, ressaltando, neste sentido, que a gestão da água deve ser feita de forma “inteligente e sustentável”.
Considerou, no entanto, que apesar dos avanços conseguidos por Cabo Verde ao longo dos anos, o País enfrenta ainda “muitos desafios” relacionados com as alterações climáticas e pela pandemia da covid-19.
“O Governo de Cabo Verde preparou um plano de resposta, o qual a FAO prontamente se disponibilizou em apoiar e que inclui garantir a segurança alimentar nutricional das famílias que vivem em condições de pobreza e pobreza extrema”, declarou Ana Touza, que sublinhou que tal passa por um denominador comum, que é a água, seja pela sua mobilização e distribuição para a agricultura e a pecuária, seja pelo abastecimento da água potável para a população.
O acordo de parceria prevê a execução de dois projectos sobre a gestão da água por uma agricultura resiliente e sustentável, em resposta à covid-19, e o apoio no domínio da realização de desenvolvimento na utilização da água segura e das águas residuais na agricultura e silvicultura.
Orçado em 163 mil dólares, o acordo de cooperação prevê o aumento da renda agrícola da população rural com reutilização sistemática de águas residuais tratadas com segurança na agricultura e sistemas florestais, bem como, a melhoria na produção irrigada com águas residuais tratadas