Calheta, São Miguel, 12 Jul (Inforpress) – O primeiro-ministro defendeu esta segunda-feira, em São Miguel, não ser o momento para se fazer greves e reivindicações de aumento salarial, alertando para o contexto de crise que o País enfrenta e que agravou com a guerra na Ucrânia.
Ulisses Correia e Silva falava aos jornalistas na Calheta de São Miguel (Santiago), após presidir ao acto de inauguração da requalificação da orla marítima da cidade de Calheta, quando foi instado a reagir às declarações dos sindicatos que ameaçam com manifestação nacional para exigir aumento salarial em Cabo Verde.
“Não é momento para se fazer greves e reivindicações de coisas que o País não pode dar neste momento. É preciso entender que a crise é grave e está a atingir Cabo Verde, mas também o Mundo. Temos de definir prioridades e a nossa prioridade é cuidar e proteger aqueles que não têm rendimento, que não têm emprego, que estão na pobreza e que têm mais dificuldades”, defendeu.
Por isso, notou que “o dinheiro não é ilimitado e que os cofres do Estado estão com mais problemas”, tendo em conta que, conforme explicou, quando a economia cresce menos cria mais problemas.
Daí, segundo o chefe do Governo, o recurso tem de ser orientado para proteger as pessoas e as famílias, reiterando que só depois, quando o País voltar a crescer e a ter condições, poderá pensar na actualização salarial e no aumento de salários.
Correia e Silva reafirmou que o foco, neste momento, é para quem não tem salário, que se encontra no desemprego e que está a sofrer com os efeitos da inflação.
“É preciso compreensão do momento e um compromisso que não seja egoísta, é preciso ver Cabo Verde no seu todo e ver que é preciso cuidar de Cabo Verde no seu todo, onde temos situações com alguma gravidade e que temos que priorizar”, exortou o líder do executivo.