Cidade da Praia, 11 Nov (Inforpress) – A Associação das Famílias e Amigos das Crianças com Paralisia Cerebral (Acarinhar) promoveu, quarta-feira, uma formação e treinamento de famílias de crianças e jovens com paralisia cerebral e voluntários comunitários.
Segundo Teresa Mascarenhas, presidente da Acarinhar, o objectivo da formação é empoderar famílias a nível emocional e também a nível de cuidados porque, conforme disse, “é a família que cuida das crianças dia após dia e há a necessidade de capacitá-las a fim de obterem uma melhor intervenção”.
“A Acarinhar, ao longo da sua existência, sempre se preocupou com a situação das famílias e também dos colaboradores”, afirmou.
De acordo com a mesma fonte, tendo em conta que a paralisia cerebral é uma “deficiência complexa em que cada criança é uma criança e cada caso é um caso” há a necessidade de capacitar técnicos e famílias.
Na sua perspectiva, muitas vezes as mães enfrentam dificuldade para o posicionamento de vestir as crianças, revelando que houve caso de uma criança que teve uma fractura no braço no momento em que estava a ser vestida.
“Por isso, há a necessidade de orientar e capacitar as famílias que lidam com as crianças portadores de deficiência, uma vez que é uma área complexa e que exige um olhar técnico”, indicou Mascarenhas.
A formação enquadra-se no âmbito do projecto de promoção da inclusão de crianças e jovens com deficiências neurológicas e é financiada pelo Instituto Marquês de Valle Flôr e co-financiada pela União Europeia e Camões – Instituto da Cooperação e da Língua Portuguesa.
A paralisia cerebral está associada a factores como infecções adquiridas pela mãe durante a gravidez como é o caso do vírus da Zika, falta de oxigenação cerebral da criança durante a gestação ou durante o parto, doenças genéticas, infecções como sarampo, entre outras causas.
A Acarinhar é uma organização-não governamental (ONG) que, ao longo dos 14 anos da sua trajectória, tem focado a sua acção na criação, participação e desenvolvimento de programas destinados a promover a inclusão e a autonomia das pessoas com paralisia cerebral e seus familiares, com vista a melhorar as suas condições de vida e garantir o exercício dos direitos destes cidadãos em matéria de inclusão social.