Chã das Caldeiras, 13 Out (Inforpress) – O candidato às eleições presidenciais de 17 de Outubro Gilson Alves, que visitou Chã das Caldeiras nesta terça-feira, enalteceu a resistência desse povo, que poderá ser a “grande inspiração” na construção do “grande Cabo Verde”.
Apaixonado logo à primeira vista pela carismática vila ao sopé do vulcão, confirmou que já pensa mesmo em viver uns tempos neste “lugar fascinante”, que lembrou a sua terra de nascença, Santo Antão.
“É como se o tivesse visitado toda a minha vida, mas é a minha primeira vez no Fogo. Os foguenses são especiais na nossa cabo-verdianidade, porque lutam com o vulcão toda a sua vida e têm grandes lições de resistência à adversidade, face ao perigo, face à regeneração da sua realidade diária”, elogiou.
Daí, que, considerou, no sonho de um “grande Cabo Verde”, a ilha do Fogo, e especialmente Chã das Caldeiras, poderá ser a “grande inspiração”.
Contudo, “nem tudo são rosas”, uma vez que os moradores, através de desabafos ao candidato, mostraram-se “desiludidos e abandonados” pela classe política.
“Eles disseram que os políticos passaram por cá para pedir voto, mas quando as pessoas estão aqui a sofrer sem chuva, sem trabalho, eles não conseguem vir aqui para esta massada”, explicou Gilson Alves.
O candidato relembrou que a situação de Chã das Caldeiras surgiu muito antes da pandemia, que não pode ser desculpa para o “sofrimento” daquelas pessoas.
“Eu quero ser um Presidente, que anda por todos os lados, costumo dizer que sou como um cabrito que sobe e desce as rochas, adoro falar e aprender com as pessoas a sua história. Temos de visitar os nossos irmãos e sentar a conversar, só assim é que os conseguimos compreender”, advogou.
Gilson Alves, que se diz “bem mais confiante” em bons resultados com esta “lição de resistência”, tinha intenção de escalar o vulcão e colocar uma bandeira, mas não concretizou o seu sonho devido ao avançar da hora.
Contudo, asseverou, a ideia da sua campanha é “subir uma rocha de dificuldades e outra de esperança, atravessar o impossível e o inferno cinco ou seis vezes e fincar a bandeira da esperança lá em cima”, e assim prometeu ser um Presidente “próximo das pessoas com mais dificuldades”.
Gilson Alves deixa a ilha do Fogo hoje numa viagem de barco de cerca de quatro horas rumo à Santiago, onde terá como primeira paragem, logo após o desembarque, o berço da cabo-verdianidade, a Cidade Velha.
Nas presidenciais do dia 17 de Outubro, nos dois círculos eleitorais, nacional e estrangeiro, concorrem sete candidatos: Fernando Delgado, Gilson Alves, José Maria Neves, Carlos Veiga, Hélio Sanches, Casimiro de Pina e Joaquim Monteiro.
As últimas eleições presidenciais em Cabo Verde ocorreram no dia 02 de Outubro de 2016, com três candidatos (Albertino Graça, Jorge Carlos Fonseca e Joaquim Monteiro). Venceu Jorge Carlos Fonseca na primeira volta para um segundo mandato, com 74% dos votos.