Cidade da Praia, 22 Mar (Inforpress) – O antigo Presidente da República, Pedro Pires, considera que o País está a passar por uma situação “crítica e de muitas incertezas”, que reclamam ponderação e maturidade dos cidadãos e das lideranças.
A posição foi manifestada pelo antigo Chefe do Estado num artigo de opinião intitulado” Entre o silêncio tranquilizante e a realidade interpeladora”, publicado no site do Instituto Pedro Pires.
“Temos passado por momentos críticos que vêm reclamando dos cidadãos e das lideranças ponderação e maturidade que ajudem a encontrar escolhas e soluções realistas e viáveis em bases sólidas”, escreveu Pedro Pires, aconselhando que os interesses nacionais têm que ser acima de quaisquer outros”, notou.
Para Pedro Pires, a escolha de objectivos a realizar e de caminhos a seguir para os alcançar constituem elementos cruciais, constitutivos da tomada de decisão e da probabilidade de obtenção dos resultados almejados.
“A programação e a escolha de prioridades constituem outro exercício sensível de gestão, que reclama realismo e inteligência estratégica, pois não se pode baralhar o roteiro nem errar nas sequências de concretização”, precisou.
O antigo Chefe do Estado, apontou, por outro lado, que os caminhos fáceis e as soluções ligeiras e descuidadas, “a fim de agradar expectativas irrealistas ou de mobilizar apoios efémeros,” contribuem para desresponsabilizar as pessoas e as comunidades, afastando-as da situação objectiva e de soluções sólidas e duradouras.
Por isso advogou que as facilidades não representam escolhas acertadas, especialmente, quando a resposta adequada seria conceber e concretizar soluções viáveis, sólidas e duradouras.
“Neste embate por uma verdadeira salvação nacional, antes de qualquer outro elemento de ordem material ou materialista, deve-se destacar, valorizar e estimular a força anímica que nos tem inspirado: o amor a Cabo Verde”, indicou o comandante.
Pedro Pires apontou, ainda, que estando em tempo escolhas políticas, cabe a responsabilidade maior aos eleitores que vão decidir, advertindo que a situação pós-covid-19 exige uma gestão muito criteriosa, ponderada e rigorosa e austera no uso e distribuição dos recursos públicos.
“A recuperação económica, financeira e social, a seguir, que alguns já chamam de reconstrução nacional, terá que ser sempre uma obra de dimensão nacional, complexa e de longo prazo”, concluiu.