Bissau, 12 Nov 18 (ANG) – O Embaixador da china no país disse esperar para breve que o país tenha estabilidade política e governativa para aproveitar, da melhor forma, as oportunidades oferecidas pelo governo da República Popular da China.
O desejo de Jin Hongjun foi manifestado sexta-feira em conferência de imprensa, no quadro dos 40 anos da reforma e da abertura da China.
O diplomata chinês disse que a Guiné-Bissau tem vindo a aproveitar bem dos projectos de cooperação assinados com a China, justificando a sua afirmação com a vinda ao país de uma equipa de oftalmologistas chineses, e que durante a sua estada no país realizou 200 cirurgias e formaram um número significativo de oftalmologistas nacionais.
« Pode-se fazer melhor se houver a estabilidade política e governativa na Guiné-Bissau », afirmou.
Instado a falar das trocas comerciais entre os dois países Jin Hongjun disse que, ao nível bilateral, a troca tem uma expressão mínima e que isso tem a ver com os canais e da pouca vontade dos empresários nacionais em importar os produtos chineses.
Interrogado sobre o andamento dos projectos assinados entre a China e a Guiné-Bissau, informou que o governo através das instruções do Chefe de Estado guineense Mário Vaz criou uma comissão interministerial para acompanhar a implementação dos acordos rubricados entre os dois países.
No momento, segundo o Embaixador da China, já foi lançado a primeira pedra para a construção da segunda fase do Porto de Pesca de Bissau, orçado em 25 milhões dólares e que as obras terão a duração de um pouco mais de dois anos.
Informou que essa obra não constitui uma dívida para o Estado guineense, por se tratar de uma doação do governo da República da Popular da China.
Jin Hongjun disse estar igualmente a preparar o início das obras de construção da auto-estrada que liga o aeroporto ao sector de Safim, orçado em 28 milhões dólares, a título de doação.
Sobre a demora na construção da referida auto-estrada, sobretudo no que diz respeito as indeminizações aos proprietários das casas que eventualmente serão demolidas, Jin Hongjun explica que essa despesa é da responsabilidade das autoridades nacionais.
Na área de agricultura informou que o chefe de Estado guineense Mário Vaz no encontro mantido com o « pai do arroz híbrido » da China, com a intenção de aumentar a produtividade de plantação de arroz na Guiné-Bissau, este prometeu enviar uma equipa para avaliar as potencialidades agrícolas do país.
» A média de produção por hectar de arroz na Guiné-Bissau é de dois toneladas . Com arroz híbrido a produção pode atingir 18 á 20 toneladas por cada hectar, mas a meta definida pelo Presidente José Mário Vaz é de cinco toneladas, o que vai representar um aumento ao dobro da produção local. Facto que vai colmatar a lacuna que o país tem em termos deste cereal base de alimentação dos guineenses », assegurou.
De acordo com o diplomata, a Guiné-Bissau precisa anualmente de 240 mil toneladas de arroz e produz actualmente apenas 100 mil, cerca de 40 por cento da necessidade, por isso, disse que o seu país vai apostar nessa área.
Perguntado se a crise política na Guiné-Bissau não tem influência nos projectos de cooperação entre os dois países disse que a China está para ajudar, por isso não introduz nenhuma pré-condição política para a concretização de qualquer projecto, independentemente dos governos.
« Mas há uma outra área em que a crise tem o seu impacto, sobretudo na parte empresarial, porque os investidores apostam no país quando há condições e existem uma legislação que favorece o investimento », afirmou.
O Embaixador da China no país lamentou o facto de algumas empresas terem assinado contracto de investimentos com o anterior governo mas que depois foram recusados por outro executivo, salientando que esses acontecimentos têm um impacto negativo na atracção de investimentos estrangeiros para o país.
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