São Filipe, 30 Mai (Inforpress) – Uma instituição de microcrédito vai disponibilizar uma linha de crédito no montante de 3.500 contos para as associações comunitárias com intervenção na área agropecuária, anunciou o presidente da câmara de São Filipe.
Nuías Silva disse que a autarquia está a trabalhar na geração de rendimentos às pessoas e que na próxima semana será formalizado o acordo com a instituição de microcrédito para disponibilização de créditos para as associações comunitárias a taxa zero, porque, explicou, “é a câmara que vai assumir todos os custos relativos a taxa de juro” para permitir reinvestir nas actividades geradoras de rendimento e na mitigação de maus anos agrícolas na comunidade.
“Acredito que com a cooperação podemos transformar o sector não produtivo em sectores produtivos e abrir o caminho para o sucesso na inversão da pobreza, criando condições para que as pessoas possam produzir”, destacou o autarca, observando que Fogo e São Filipe, em particular, têm “potencialidade vastíssima” na área de agropecuária e que o recenseamento de 1950 já demonstrava e apontava este campinho.
Para Nuias Silva, é momento das cooperativas, câmaras municipais e Governo, através do Ministério da Agricultura e Ambiente, pensar de forma mais estratégica a fileira agropecuária.
Neste quadro, salientou, a câmara, que foi parceiro da Festa do Queijo, está a “trabalhar grandemente” no seu programa para modernização e empresarialização deste sector.
Além de anunciar a linha de crédito, Nuías Silva indicou que no quadro do programa de Desenvolvimento Local, financiado pelo Sistema das Nações Unidos, foram adquiridas duas câmaras de cura, que já se encontram no País para reforçar a capacidade dos criadores/produtores.
Uma das câmaras de cura será concessionada à Cooperativa de Cutelo Capado, para beneficiar os criadores de zona de Monte Grande e arredores, e outra à empresa Suifogo, em Patim, para beneficiar os criadores/produtores de zona baixa, desde Brandão (São Filipe) até Achada Apoio (Santa Catarina).
O objectivo é passar de fabrico de queijo de dia com prazo de validade muito curto, “um mês no máximo”, para um queijo com prazo de validade muito maior, um ano, capaz de chegar a mercados turísticos e ao mercado de diáspora.
Com a introdução das câmaras de curas com alguma capacidade para produção de queijo curado com prazo de um ano, está-se a dar, na perspectiva de Nuías Silva, “os primeiros passos naquilo que é o desenvolvimento da fileira agropecuária, sobretudo a fileira do leite, que tem a ver com produção de queijo, requeijão, iogurte e outros derivados de leite onde a ilha já tem uma marca forte”.
“São máquinas industriais com grande capacidade e que irão resolver o problema que se coloca na altura de grande excedente de leite em que as cooperativas recusam receber leite porque não tem capacidade de escoamento já que o prazo de validade é de um mês no máximo”, concretizou o autarca.