Cidade da Praia, 12 Ago (Inforpress) – O presidente do SINTSEL, Manuel Barros, anunciou hoje que os trabalhadores de segurança privada vão partir para uma greve de três dias em Setembro, caso as suas reivindicações não forem atendidas.
Depois de um encontro com os vigilantes no parque 5 de Julho, na cidade da Praia, o dirigente do Sindicato Nacional dos Agentes de Segurança Pública e Privada, Serviços, Agricultura, Comércio e Pesca (SINTSEL) disse à imprensa que já estão “agastados” com a promessa da implementação de uma acordo que vem desde 2017 e que a solução agora é partir para greve.
Em causa está a proposta de aumento salarial estabelecido no acordo colectivo que foi revisto em 2017 e com a promessa da sua implementação em Janeiro de 2020, mas ainda não foi implementada.
“Já estão esgotadas [todas as formas de luta] porque foi uma promessa para Janeiro de 2020 e hoje é dia 12 de Agosto, portanto, já estamos a caminhar para 2021 e, por isso, da nossa parte, a solução (…) é uma greve”, anunciou.
Passados três anos deste acordo, entende este sindicalista que “já basta de desculpas” por parte do Ministério da Administração Interna e o das Finanças para a sua não implementação.
“Sempre nos dão desculpas de que falta a sua implementação e depois apontam o momento que vivemos da pandemia da Covid-19, mas não aceitamos essas desculpas porque nós os vigilantes temos passado por momentos difíceis. Trabalhámos durante a pandemia, não tivemos nenhum subsídio, portanto não aceitamos essas desculpas”, manifestou.
Conforme explicou, há uma desigualdade na grelha salarial aplicada nas ilhas de Santiago, São Vicente e outras ilhas em relação às ilhas do Sal e da Boa Vista.
Isto porque, o mínimo para um vigilante na ilha de Santiago é de 17.500 escudos e para a ilha do Sal e Boa Vista é de 21.500 escudos.
Já o máximo para um vigilante de 1º grau para as ilhas de Santiago, São Vicente e outras ilhas é de 22.500 escudos e 27.500 escudos para ilha do Sal e Boa Vista, informou.
“É uma desigualdade e é isto que estamos a contestar. Na resposta que o ministro da Administração Interna nos deu, ele disse que temos toda a razão porque se é algo que está dentro de um acordo, tinha que ser a nível nacional. Exemplificou que a polícia nas ilhas do Sal e Boa Vista e na ilha de Santiago e outras têm um salário igual, simplesmente têm um subsídio por estarem nessas ilhas, por isso acho que os vigilantes deveriam ter um salário igual”, contestou.
A greve dos vigilantes está prevista para os dias 21, 22 e 23 de Setembro e o sindicalista espera mobilizar os cinco mil vigilantes a nível nacional, mas para isso apela aos outros sindicatos, que estão envolvidos nesta negociação, que se unam a esta causa.