Cidade da Praia, 15 Jan (Inforpress) – O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, acusou hoje o PAICV (oposição) de desenvolver uma telenovela e tirar proveito próprio sobre o pedido de demissão do ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Filipe Tavares.
Essa foi a reacção do chefe do Governo ao ser questionado pelos jornalistas sobre as informações do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), que hoje em conferência de imprensa, disse duvidar se o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades, e ex-ministro da Defesa, Luís Filipe Tavares, teve a “iniciativa de pedir a sua demissão” do Governo.
“O PAICV quer desenvolver uma telenovela, e eu não vou ser mais um actor dessa telenovela. Nós já demos explicações suficientes e não vou desenvolver mais este assunto”, afirmou Ulisses Correia e Silva, que assegurou que não houve outros motivos para o pedido de demissão de Luís Filipe Tavares.
“Explicações foram dadas e é claro que a oposição tem o interesse de cenas dos próximos capítulos e fazer disto uma telenovela e os protagonistas são livres de participar ou não, nós não estamos disponíveis para participar nessa telenovela que a oposição quer desenvolver e tirar proveitos próprios deste facto político”, apontou.
Ulisses Correia e Silva avançou que Caesar DePaço não teve honras de Estado, mas que foi recebido pelo então ministro dos Negócios Estrangeiros, na qualidade do cônsul honorário de Cabo Verde na Florida, e que o que poderia estar fora do contexto é a ala militar colocada na altura.
Luís Filipe Tavares pediu demissão do Governo no dia 12 de Janeiro, na sequência de uma reportagem publicada pelo canal privado português de televisão (SIC) que envolve o recém-nomeado cônsul honorário de Cabo Verde na Flórida, como um dos principais financiadores do partido da extrema direita em Portugal, Chega, liderado por André Ventura.
Na reportagem de investigação intitulada “A Grande ilusão: cifrões e outros demónios”, divulgada esta segunda-feira, 11, na SIC, Caesar DePaço é apontado como principal financiador do Chega, partido da extrema-direita de Portugal.
As informações divulgadas apontam ainda que Caesar DePaço foi acusado em 1991 em Portugal de crime de roubo qualificado, tendo o Ministério Público decretado a sua prisão preventiva, seguindo de um mandado de captura. Contudo, não chegou a ser julgado porque fugiu.